"Creio que só há um caminho para a Ciência - ou para a Filosofia: encontrar um problema, descobrir a sua beleza e apaixonar-se por ele; casar com ele e viver feliz até que a morte nos separe - a não ser que se encontre outro problema ainda mais fascinante,ou que se encontre a solução. Mas mesmo que se encontre a solução, pode-se descobrir, para nosso prazer, que existe uma enorme família de problemas-filhos encantadores, embora difíceis, e para cujo bem-estar se pode trabalhar, com gosto, até ao fim dos nossos dias."
Karl Popper (1980) Um Mundo de Propensões
Achei fantástico.....
6 Comments:
Vulgarmente é óptimo aceitar a vida sem preocupar com uma explicação ou solução… problemas, estranhezas, surpresas, inexplicáveis faltas de respiração ou até mesmo borboletas multicolores dentro do nosso próprio estômago! Esperar o inesperado…
Discretamente, afirmamos que “é o destino”, uma renúncia silenciosa ao racional… à mania actual que temos que ser responsáveis por tudo que nos acontece… temos que ter respostas… tretas… somos livres... é tão bom deixarmo-nos levar… sem procurar uma explicação… nem para nós quando mais para outros… deixam de ser problemas e passam a ser vivências!
Aborrecem-me pessoas que vão aos espectáculos de magia e querem saber como se processa a ilusão, pessoas que tiram o gás a Coca-Cola, pessoas que não querem envelhecer. É bom aceitar algumas coisas sem explicação… a culpa é das estrelas… do destino… grrrrr… é assim porque é...
By Rael, at 28 April, 2006
Estive a ler atentamente o comentário, e apesar de continuar a achá-lo interessante (não fosse eu uma apreciadora da visão simplista do Mestre Alberto Caeiro) vejo-me racionalmente forçada a discordar e a ressalvar o devido valor das palavras de Popper.
A realidade nem sempre está ao alcance dos nossos sentidos.. muitas vezes o nosso tacto e o nosso olhar mostram-se extremamente limitados no que diz respeito à veracidade de tudo o que exploram. É óbvio que essa ilusão momentânea nos dá um certo gozo mas o gozo será maior sempre que nos livrarmos das teias do senso comum. Aí sim, seremos seguidores dos trilhos da lógica, viveremos na busca incessante de explicações e teoremas, porque não nos rendemos a abismos dogmáticos, porque dentro de nós vivem duvidas, problemas, questões..e o maior gozo da Vida é ser capaz de lhes dar resposta, sem nunca deixar de Sentir.
By goldfrapp, at 29 April, 2006
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By Rael, at 30 April, 2006
Perfeito. Uma palavra que deixa uma certa injustiça para classificar o teu comment. A meu perfeito juízo, julgo que as nossas mensagens se completam. Não, não nos devemos guiar simplesmente pelos sentidos… como se de um barco sem leme se tratasse no imenso oceano do desconhecido, antes pelo contrário! Devemos, deixarmo-nos levar mas não totalmente… bom senso entre ambos!
Devemos ter um leme… mas confiar no vento que sopra… no inesperado… e como dizes e bem, tentar racionalmente compreender os ventos… e navegar… Costuma dizer-se que a “razão” é o maior entrave ao sentimento puro e verdadeiro… mas discordo, o sentimento puro e verdadeiro não tem entraves… Sentir é a maior sabedoria que alguém pode ter… A razão, pode ser sim entrave ao sentir falso (propositado) ou enganado (sem propósito).
By Rael, at 30 April, 2006
Jeffrey Goines: You know what crazy is? Crazy is majority rules. Take germs for example.
James Cole: Germs?
Jeffrey Goines: Uh-huh. Eighteenth century, no such thing, nada, nothing. No one ever imagined such a thing. No sane person. Along comes this doctor, uh, Semmelweis, Semmelweis. Semmelweis comes along. He's trying to convince people, other doctors mainly, that's there's these teeny tiny invisible bad things called germs that get into your body and make you sick. He's trying to get doctors to wash their hands. What is this guy? Crazy? Teeny, tiny, invisible? What do they call it? Uh-uh, germs? Huh? What? Now, up to the 20th century, last week, as a matter of fact, before I got dragged into this hellhole. I go in to order a burger at this fast food joint, and the guy drops it on the floor. James, he picks it up, he wipes it off, he hands it to me like it's all OK. "What about the germs?" I say. He says, "I don't believe in germs. Germs is a plot made up so they could sell disinfectants and soaps." Now he's crazy, right?
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De facto as coisas evoluem...
Mas adoro essa perspectiva de nos apaixonarmos pelos problemas...
By Nani, at 11 May, 2006
"There's no right, there's no wrong, there's only popular opinion... You, uh, you believe in germs right?" i do.. =P
- Jeffrey Goines, 12 Monkeys -
By goldfrapp, at 11 May, 2006
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