Disarm me with your smile

Tuesday, October 23, 2007

«O amor quando se revela,
não se sabe revelar.
Sabe bem olhar para ela,
mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente,
não sabe o que há-de dizer.
Se fala parece que mente.
Se cala parece esquecer.

Ah, mas se ela adinhassese,
pudesse ouvir o olhar.
E se o olhar lhe bastasse,
pra saber que a estou a amar.

Mas quem sente muito cala.
Quem quer dizer quando sente,
fica sem alma nem fala,
fica só inteiramente

[ «Quadras» - voz de Camané
para os versos de Fernando Pessoa
sobre "Fado Alfacinha" de Jaime Santos ]

Fica só inteiramente...

Monday, October 01, 2007

"- Há quanto tempo nos conhecemos?
- Desde o princípio do mundo.
- Só?
- Sim.
- Ainda me lembro onde te encontrei.
- Na rua, a contar as lágrimas que guardava com a mão.
- Eram tantas.
- Um oceano.
- Ainda choras?
- Construíste-me uma barragem.
- Juras?
- Para quê?
- Para eu acreditar.
- Em quê?
- No amor.
- Nós somos o amor.
- Que horas são?
- Onde?
- Onde quiseres.
- É meia-noite em algum sítio do mundo.
- É tarde?
- Contigo não."

Escrito pelas paredes do Mercado Negro, lido por milhares, sentido pelos que vivem no mundo das emoções e com elas se deixam levar...