Disarm me with your smile

Friday, April 28, 2006

Eternamente

"E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas ilusões de que tudo podia ser meu pra sempre. "

Miguel Sousa Tavares in Não te deixarei morrer David Crockett

"Creio que só há um caminho para a Ciência - ou para a Filosofia: encontrar um problema, descobrir a sua beleza e apaixonar-se por ele; casar com ele e viver feliz até que a morte nos separe - a não ser que se encontre outro problema ainda mais fascinante,ou que se encontre a solução. Mas mesmo que se encontre a solução, pode-se descobrir, para nosso prazer, que existe uma enorme família de problemas-filhos encantadores, embora difíceis, e para cujo bem-estar se pode trabalhar, com gosto, até ao fim dos nossos dias."

Karl Popper (1980) Um Mundo de Propensões

Achei fantástico.....

Saturday, April 22, 2006

" Todos os dias quando me olho ao espelho vejo uma pessoa que não sou eu. Porque todos os dias me lembro que não me deixam ser quem sou."

(Campanha de sensibilização para a Homossexualidade)

Monday, April 17, 2006

Penso demais...

Dou comigo a tentar encontrar as respostas sem te fazer perguntas... esqueço-me que nem sempre o brilho dos meus olhos é o suficiente para que consigas ler o que neles escrevo.

Sunday, April 16, 2006

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...
já não se passa absolutamente nada.
E, no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.


Eugenio de Andrade

Sunday, April 09, 2006

Lusco Fusco

Espreito por entre o vidro morno.
Uma folha nos céus.. Surpeende-me com um bailado magistral, uma poesia de teor bucólico escrita pela brisa primaveril. Voa errante no vazio, descreve orbitas e por vezes segue traçados sinistros. Tentei decifrá-los mas sem sucesso. São como pensamentos descontrolados, que se atropelam e raramente se completam. São como versos soltos impressos na imensidão do papel. São como sentimentos sinceros que deslizam pela mais ínfima rede vascular. A folha aterrou no chão e ali ficou.
Senti-me realmente livre enquanto estive presa naquele momento.