Disarm me with your smile

Thursday, May 25, 2006

Chovia. Olhaste-me como se eu fosse única. Parecias deslumbrado com a minha presença. O meu olhar. Fixavas-me com esse teu geito paternal como se a minha expressão se distinguisse vincadamente de toda aquela paisagem triste e cinzenta de Inverno.
Chovia. Agarraste-me como se eu fosse única. Parecias tentado com a minha presença. O meu corpo. Tocavas-me com esse teu geito terno como se o meu cabelo, o meu rosto, a minha pele estivessem em risco de desvanecer.
Chovia. Beijaste-me como se eu fosse única. Parecias inebriado com a minha presença. O meu perfume. Assaltavas-me com esse teu geito inocente como se a minha alma te envolvesse mais e mais.
Chovia. As nossas roupas molhadas e gélidas prendiam-nos de forma lasciva. Eu era Tua e Tu eras Meu. E naquela entrega húmida e quente de sedução renasceram as asas do Amor.

4 Comments:

  • És.

    By Anonymous Anonymous, at 26 May, 2006  

  • This comment has been removed by a blog administrator.

    By Blogger Rael, at 26 May, 2006  

  • Uma “flor” murcha consegue estragar o mais belo “ramo”. Todavia, uma "andorinha" não faz a “Primavera”, mas contribui muito para ela… Mesmo, em climas adversos. Faz-se Sol, luz. Dentro de nós. De nós para os outros.

    É a tal essencialidade das pequenas grandes coisas… dos detalhes… do inexplicável… a importância da flor murcha … das andorinhas… de um “transparente olhar doce palavras cânticos dourados que me embalam em louvor de Eros” nas nossas vidas… do que pode desencadear… do amor inexplicável… é sinal de amor puro não se perceber. A vida é uma coisa, o amor é outra.

    As assas invisíveis… como condição prática para alcançar os sonhos, essa pequenina luz indecifrável que ás vezes se dá o nome de Esperança! Não os sonhos que ocorrem durante o sono, mas aqueles OUTROS que flúem naturalmente antes de adormecer, melancolicamente numa cumplicidade inata com o nosso coração (que queima como uma tocha, numa catedral gótica em ruínas) e que vivem dentro de balões verdes, resistentes e á prova de tudo… dizem…

    By Blogger Rael, at 26 May, 2006  

  • Talvez nunca recebas esta carta.
    Ou talvez recebas e eu, em resposta, nao chegue a enviá-la. Quem és tu? Era noite, chovia, entraste no meu carro e a viagem começou a toda a velocidade. Nem esperou por nos.
    Pra ser sincero, nao recordo se fizemos amor. Se começámos. Se nunca mais acabámos.
    A penumbra conduziu-nos. Fechou-nos os olhos, num febril concluio com a mágoa, o impudor, o cansaço.
    Eu tenho um segredo, sempre o soubeste. Conhece-lo melhor do que me conheces. Melhor do que eu o conheço. Por isso és sombra. Por isso és a forma do meu abraço. És puro calor, utopia. E voas quando danças e, quando falas, escondeste-te. És reminiscência, contorno, enigma. Mas não és ela.

    O meu segredo por vezes vive sem mim. E com furtivo extase ama a tua sombra. É deles, nao nossa , a viagem. A liberdade. Que pensariam se nos pudessem ver? Que diriam de nos o meu segredo e a tua sombra? Nos, acorrentados ao passado, cegos, incapazes de amar. Que diriam? Nos tao proximos, tao alheios. Nao consigo ver-te. Estas a um palmo de mim mas nao consigo tocar-te. Porque és perfeita, mas nao és ela.

    Os teus cabelos negros sao crinas que me soltam no horizonte e a tua boca é o refúgio de coral onde quero passar a noite. És uma tulipa a descerrar as petalas no calor da minha mao. És a fragância da aventura, a promessa de outra vida. És perfeita. Mas nao és ela..

    By Anonymous Anonymous, at 30 June, 2006  

Post a Comment

<< Home