Monday, June 26, 2006
Sunday, June 25, 2006
Friday, June 23, 2006
Surgiram como cisnes no mais belo dos palcos...
Os seus pés tocavam o chão com a delicadeza de dedos tocando piano e sussurravam em uníssono essa melodia triste e exímia, fiel à mais sublime das emoções... cada silêncio do seu olhar tinha o sabor de uma lágrima insípida e o lustre de um coração ferido. Voavam com asas de veludo entre um sonho e o outro, bailando delicadamente para não acordar a lucidez, essa fera que com um só grito lança cruelmente o pensamento onírico ao camarote mais longínquo.
“Não há passos divergentes para quem se quer encontrar.”
Nem no palco. Nem na Vida.
Saturday, June 17, 2006
"...mas ao menos ela tinha ficado a saber que aquilo que os separava
era apenas uma porta, não um muro. Ele não respondeu, limitou-se a acenar que
sim com a cabeça, enquanto pensava que o pior de todos os muros é uma porta de
que nunca se teve a chave, e ele não sabia onde a encontrar, nem sabia sequer se
tal chave existia."in "O Homem Duplicado" - José Saramago
Friday, June 16, 2006
Tuesday, June 13, 2006
Monday, June 12, 2006
"-Conta-me uma história.
-Uma história?-Incrédulo, estranhava.
-Sim, inventa.
-Com pessoas ou animais?
-Puxa pela imaginação!- respondia-lhe, divertida com a tarefa complicada que lhe exigia.
-Não tenho muita... – Preparava-me para um enredo pobre.
-Não faz mal. Qualquer coisa serve para me entreter. - Estimulava-o pela regra mais básica da psicologia.
-Bem... – Ganhava tempo. Sentia-se obrigado a impressionar-me e eu percebia. - Era uma vez... – Virada para os tachos, escondia uma enorme vontade de me rir; aquele homenzão a preparar-se para me contar uma história infantil! -... um elefante que vivia num bosque...
-Um elefante num bosque? – Dificultava-lhe a vida. Tinha de se aguentar.
-Não, enganei-me, numa selva... Não, o elefante vivia no bosque! Quem ouve a história não deve dar palpites. - Boa, é assim mesmo!
-Tens razão, desculpa.
-Vivia muito triste num bosque porque estava fora do seu habitat natural. - Que querido, não conseguia desligar-se do meu reparo em relação ao bosque. - Além disso, ninguém gostava dele porque aquele animal era grande e assustava-os. Então, o elefante estava sempre sozinho... a pensar na vida... – era cómico assistir ao seu desenvolvimento naquela tarefa..."
Entretida num dos meus prazeres, deparei-me com o inesperado… deparei-me com a vida…estava escondida no meio do inanimado, receando talvez expor-se à radiação solar que tão energeticamente me atingia…ou simplesmente precisasse de estar sozinha…só ela e o vazio…vazio que transbordava conflitos, dilemas, tristezas…talvez. E naquele momento em que eu espreitava discretamente, talvez estivesse a invadir o seu espaço… a interferir com os seus pensamentos…talvez.
A incerteza do seu estado despertava em mim uma vontade incontrolável de desvendar o mistério…
Sunday, June 04, 2006
Saturday, June 03, 2006
The Weasel
"Nunca me deixes"